Perguntas frequentes da Umbanda (respondidas por Mãe Nazareth)
- O que é um Templo de Umbanda?
Resposta:
O Templo de Umbanda é um lugar sagrado onde buscamos, através da presença de seres elevados, apaziguar os nossos sofrimentos carnais e compreender o porquê da nossa existência como espírito encarnado.
Um Templo de Umbanda é dirigido por mentores espirituais com experiência de passagens pelo nosso planeta há centenas e milhares de anos. São esses Mestres, Mentores, Orixás, Guias, Santos, Encantados são tantos os nomes que lhes são conferidos. Eles são os responsáveis pela Coroa de um Templo, temos como exemplo o nosso Templo, que tem como patrona "Mãe Iansã" e é dirigido pelo Cacique Tupinambá (espírito de um índio velho). O fato de ele ser chamado de Cacique não quer dizer que ele é melhor do que os outros Caboclos que se apresentam no Templo, mas pela sua experiência planetária. Quanto à "Mãe Iansã", ela é "Senhora dos Ventos e do Fogo Sagrado" e, entre os indígenas, é conhecida como a mãe dos ventos e das tempestades, aquela que quando não está satisfeita queima e arranca tudo, ocasião em que eles se mudam e tem a oportunidade de se transformarem em um povo melhor. Assim como Deus é chamado de Tupã, Yemanjá (Nossa Senhora da Conceição) é conhecida como Mãe D`Água ou Mãe Peixe. Os nomes realmente não são valores de peso, apenas é uma questão cultural. Em qualquer língua, com nomes, diferentes daqueles que conhecemos, eles fazem pelos filhos de Deus a mesma coisa: caridade.
Cada Templo é uma escola, seria impossível praticarmos da mesma forma os mesmos trabalhos espirituais em todos os terreiros! Os mentores têm características diferentes e não são os mesmos Guias que trabalham em todos os terreiros (pode acontecer do mesmo Guia trabalhar em outros terreiros conhecidos nossos, mas, isso não é uma pratica comum). Os resultados dos trabalhos sim, a disciplina mediúnica sim, as responsabilidades e o compromisso com a sociedade sim!
A Umbanda além de ser uma religião e uma filosofia de vida. Para se abrir um Templo de Umbanda o médium não precisa simplesmente ter condições financeiras, ter fé e vontade. É necessário ter nascido para cumprir a missão, ter fé, dom e de fato provar a si mesmo que está habilitado para abraçar o grande compromisso com a espiritualidade. Todo sacerdote de Umbanda teve um "pai" ou uma "mãe" que lhe preparou os caminhos. Há muitos rituais litúrgicos para a preparação do médium trabalhador da Umbanda. Cada Templo tem o seu ritual de preparação para receber os trabalhadores, isso envolve a limpeza física e astral. Os médiuns devem obedecer às ordens espirituais trazidas pelos Guias chefes do Templo e aceitá-las. Não há conflitos nos ensinamentos espirituais, toda ordem vem em forma de ciência que constatamos como benéfica para todos os envolvidos.
O médium atuante em um Templo de Umbanda além de uma dieta especial na alimentação, não deve, nas 24 horas que antecedem os trabalhos, comer carne vermelha, ingerir álcool e manter relações sexuais (há uma dispersão de energias desequilibrando os Chakras, impossibilitando o médium de ajustar-se com o seu mentor).
A defumação, através das essências queimadas, elimina os miasmas (larvas espirituais) deixando o ambiente limpo e perfumado. Alguns outros cuidados que envolvem a corrente mediúnica, como as orações e os pontos cantados (existem aqueles que já são referencia na Umbanda, mas os mais importantes para o Templo são pontos de raiz pelos Guias do(a) Médium-Chefe do Templo ou, ainda, pelos Guias dos médiuns da Casa, quando verdadeiramente "incorporados").
A Umbanda é uma religião brasileira o seu nome foi trazido pelo o Caboclo das 7 Encruzilhadas incorporado no médium Zélio Fernandino de Moraes em 15 de novembro de 1908. A Umbanda cultua a natureza e todos os Templos de Umbanda contam com a presença dos Caboclos. Quem são os caboclos? São os índios. E quem são os índios? Aqueles que vivem na natureza e fazem parte dela. Portanto, o trabalho da Umbanda tem como referência o respeito e a defesa da natureza, portanto, no nosso Culto não há matanças de animais, pois é o sangue verde de folhas e ervas que são as grandes fontes de energia onde os Caboclos tiram a ciência dos seus trabalhos.